30.9.14

is about blank

é sobre pintar de branco
de novo
e ter todas as aquarelas abertas

sagrado

Te veo
es tres de junio otra vez
observo los rayos de luz de la calle
desde tu azotea
mi boca se mueve habla cualquier cosa
sobre mis cosas y mil oraciones aleatorias
solo pienso cómo puedo quererte tanto
y mi sonrisa te dice así no más
entiendes todo
sientas en el piso
y tus piernas me llaman
que llegues, piden
siento el fuego por dentro
un beso y contesto que te amo
mi piel empalidece
pero no tengo miedo de las palabras
ellas son mis mejores representantes
paramos de charlar y nos miramos
el silencio me confiesa
no es más tres de junio
dices que mis ojos son otros
que tengo la cara chistosa
y algun detalle de mujer
y através de la pantalla
repito en transe la frase
la que es nuestra, eterna
como si no hubiera mañana.

29.9.14

End (continue) Start

Terminada a temporada de pathos
Nueva fase
(game over)
Volto a caçar gambuzinos
nos olhos dos outros
{Games two player}
Vestida para matar
- fatality -
porque não há vantagem na camuflagem
[I WIN].

22.9.14

Per.donar.me

"Un día te despiertas
- y con algo de cautela -
comienzas a quitarte
los insultos de encima,
como trozos de corteza.

Te vas quitando la ansiedad

como finas gasas de seda.

Te arrancas el menosprecio

que se fue incrustando en tus venas.

Te enfrentas al espejo

como si fuera la vez primera.

Vistes tu cuerpo con capas de ternura

y perdonas.

No queda tiempo

para arrojar piedras."
(Silvia Cuevas-Morales)

20.9.14

Sintomas

No baby
não tem amor
não tem mais nada
é a espera atrás do poste
é a paulada seca
o golpe duro na cabeça
o som e depois o vácuo
de não conseguir pensar no próximo passo
porque do chão não há movimento
se houvesse forças ao menos
abriria os olhos

No baby
não há esperanças
As fotos sobrevivem
mudá-las de lugar todos os dias
não fará diferença
abaixar os retratos, voltar a mirá-los
os pés juntos numa delas
para onde vão?
para onde foram?

No baby
não haverá mais fotos
não haverá mais baby
esqueça
faça de conta como ele
faça de conta como M.
não há memória
não há lembrança
nada demais aconteceu
não importa se é ignorância ou indiferença
já passou

e a mãe canta boi da cara preta
enquanto passa a mão na sua cabeça
fecha os olhos
já passou, já passou
ela dizia em prece
vai ficar tudo bem
vai ficar tudo bem
como pode o infinito acabar?

e lá no fundo
em sussurro
uma outra voz suave
no ouvido ainda soprava
No baby
don't worry
nada é tão ruim que não possa piorar.

18.9.14

A Poesia Vai Acabar

"A poesia vai acabar, os poetas
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não
acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao
entrar numa repartição pública.
Um senhor míope atendia devagar
ao balcão; eu perguntei: «Que fez algum
poeta por este senhor?» E a pergunta
afligiu-me tanto por dentro e por
fora da cabeça que tive que voltar a ler
toda a poesia desde o princípio do mundo.
Uma pergunta numa cabeça.
— Como uma coroa de espinhos:
estão todos a ver onde o autor quer chegar? —"


(Manuel Antonio Pina)

17.9.14

Manifesto "O rei é réu"

Mais distopias noir futuristas. Menos romance de mocinha.
Mais bestsellers. Menos poesia.
Não à brincadeira realista.
Sim à ficção científica.
Morte ao autor.
Viva o personagem.

Assinado: aquela que cansou de assinar.

Vida que...

Dos pasos adelante
uno para tras
una lágrima que seco
dos que caen.

Flores

"Algunos hombres nunca lo piensan.
Tú sí, tú te presentabas
Y decías que casi me habías traído flores
Pero algo había ido mal.
La tienda había cerrado. O tuviste dudas -
De la clase que mentes como las nuestras
Tienen sin cesar. Pensaste que
Yo podría no querer tus flores
Aquello me hacía sonreír y abrazarte.
Ahora sólo puedo sonreír.
Pero, mira, las flores que casi trajiste
Han durado todo este tiempo."
(Wendy Cope)

16.9.14

Sono

Depois de um pesadelo terrível que me fez despertar hoje cedo chorando, rezei e voltei a dormir pra ver se a "coisa" melhorava. Daí sonhei que estava na Alemanha. Via duas mulheres se aproximando e fazia sinal para fazer uma pergunta. Uma delas puxou a outra, mais solícita, para que essa nem me olhasse, mas contrariando a amiga, esta veio até mim. Eu falei: "I'm brazillian. And I..." E ela me interrompia, já prevendo a apresentação do que eu iria falar. Me responde em inglês, mas entendo como se fosse português. Eu falo pra ela que participo de um projeto, para ver quanto tempo dura um sorriso. Ela diz que topa, na hora. Daí eu a levo pra uma sala, onde ela participa de uma série de "mini" torturas psicológicas. São rápidas. A sala muda o ambiente, com projeções na parede, som muito alto, e fumaça, ela é transportada para a Alemanha da Segunda Guerra Mundial, depois pro Japão, China.... enquanto eu filmo em close o rosto dela, que de feliz vai ficando o mais triste possível, até que eu me entristeço também e paro a seção. Durou pouco, mas suficiente. Ela agradece, eu agradeço, ela me entrega o cartão dela e vai embora. Nós duas estamos com cara de exaustas. Leio o cartão. Ela é atriz de teatro. Vou vê-la encenando tempos depois. Ela está linda no palco, maquiada, com a cara branca, recebendo aplausos, sorrindo de novo. Eu fico feliz por ela. Mas ainda continuo triste. Acordo. Passou mais uma hora e meia. Melhor levantar.

15.9.14

La incontinencia

llego al bar - huyo, no, no me quedo, no conozco a nadie, soy tímida, tengo verguenza, no, no, mejor me voy, mira, allá está el editor, lo conozco por fotos en internet, y aquel es el escritor del libro, vi su perfil en facebook, y a-já, aquella es la novia, no, no, no me quedo, me voy - holaaaa, qué tal, un placer, hola, sí, soy ellen, vine a prestigiarte, felicitaciones por tu libro - y paso dos horas tomando cerveza con ellos, haciendo brindis, sacando fotos y charlando sin parar con todas las personas que llegan, las abrazo, hablo pavadas, las hago reir, sonrio, el último vaso de cerveza y me voy, las abrazo, me despido - nos vemos pronto - y asi, aun en la puerta del bar, guardo las manos en los bolsillos, vuelvo a ser tímida, así soy, o no?, vuelvo a mi casa.