30.3.14

Ajo hoje
para tantos
portantos
amanhã.
Para Paulo Leminski
Ellen Maria

28.3.14

O elefante

"Talvez... um elefante passe por aqui... Talvez 
não acredite e nem queira acreditar... 
Talvez acredite ou talvez nem queira escutar 
Mas era preciso que escrevesse isso 
que me fez pensar em tão sonoro soneto 
Longe das rimas e frases de Hermeto 
A minha rima é mesmo essa sem pensar 
essa que se faz na hora de falar 
Enfim o elefante, ellenfante, 
o el infante voltou e voltou para ficar? Talvez... 
El infante na infancia 
(menino quem foi seu mestre?) 
el infante na infantaria... 
(meu mestre foi Salomão) 
el infante príncipe del rei 
(a ele devo respeito) 
el infante na corte se divertindo 
(dever e gratidão) 
el infante sendo rei de seu próprio coração 
(quem sabe o segredo de São Cosme é São Damião...)"


Felipe Ribeiro

27.3.14

Charlas que no se editan

Las vecinas en la esquina
hablando de la niña embarazada
- otra vez?
y la niña: sí,
pero creo que éste tampoco nacerá.

Ellen Maria

Ensoñación

y al afirmar yo también
firmaba el atestado que no sería una más
sino parte
porque amar es donar la carne pegada
de los huesos a otro
y quedar sin fuerza
cuando el otro está lejos?
miedo de afirmar yo también
mientras pensaba en eso
desperté
al lado de él
ya había dicho? o fue todo un sueño?
apreté mi mano
todavía corría sangre
si me corto moriré
amar es tener miedo de perderse?
yo soñaba en conocer el mar
aquel que no tenía fin en tu corazón
pero si me ahogo
qué hago?
mejor, huyo
egoismo, vanidad
será la soledad peor que sentirse muriendo?
con el fuego y el agua y la duda de no saber
si puedo ser suya y al mismo tiempo ser mía
Cierro los ojos
que la ignorancia me ciegue
pues quiero decir sí y mi cerebro no deja
o quiero decir no y mi corazón no deja?
lo miro
duerme como un angel y como un hombre
está vestido estoy vestida
sus ojos me muestran que sueña
le toco y no se mueve
lo quiero, y estoy casi segura que lo amo
sí, lo amo
pero me entrego?
me abraza naturalmente
su olor me saca la última gota de sobriedad
el calor de su piel...
sí, ya lo amo, estoy muerta
mejor me duermo.

Ellen Maria

Revisión de tareas

Aprendi a renegar el llanto
o cualquier otra debilidad delante del otro
Aprendí a fingir ser fuerte
y creer en la falsa fuerza
y nunca más dudar de su existencia
Aprendí a pensar en otra cosa
cada vez que surgiera un problema sin solución
Aprendí a ser práctica con cuestiones pequeñas
es así, pues entonces es así, y listo.
Aprendí que no se comen las uñas
porque es debajo de ellas que guardamos la ansiedad
Aprendí que se debe terminar antes
una relación, un almuerzo, un plazo
yo elijo el fin, yo lavo los platos, yo cumplo la meta
Y como auto defensa irme a
tirar la basura en el tacho
vencer sin cantar victoria
perder y rever los errores
Aprendí a golpear sin tocar
A ser dura sin ser fría a ser dulce sin empalagar
Ser mujer es aprender a tornarse un hombre
con ovarios.

Ellen Maria

26.3.14

Plática ciega latinoamericana

No se entiende el portugués
Un español envejecido
Estamos en ventaja por número, dice
Me levanto y digo adiós
No miro al reloj ni al lado ni al norte
Busca en el diccionario
Te mando al carajo en tu lengua, si quieres
La palabra sin tradución
No tiene sentido, andá a estudiar
Vuelvo a mi país
Que coraje, le digo
y me regalan un premio.

ellen Maria

contrapoema

Roto el sentido o es
estilo decir el ruido
en vez de sonido?


Ellen Maria

21.3.14

Sangue frio

Dedos gastos
falta tato
nos calos.


Ellen Maria


O encanto da nudez

Soda cáustica
para meus ralos entupidos
caos de cabelos caídos
Água sanitária
produto anti-matéria
para bactérias e fungos
Inseticida
para o resto das pragas
que enfestam cantos da sala
Tudo flui
e o branco respira
Nada se reproduz
Ossos secos com olor a cloro.

Ellen Maria

19.3.14

Doador universal

A poesia quase morta
ganhou vida
na transfusão de versos
livres.

Ellen Maria

17.3.14

A traição dos homens livres

E o laço
ainda que invisível
não desata
mas começa a desfiar.


Ellen Maria

Do alto da ponte

da amizade erguida
com anos
e sem planos
uma pedra desliza.


Ellen Maria

Nada ou outra coisa

Eu não poderia amar um homem que não soubesse tocar violão e fazer um café
e que não quisesse cantar, mesmo que desafinado, fazendo pausas para lembrar a letra.
Eu não poderia amar um homem que não soubesse contar uma piada,
mesmo que eu fizesse cara feia cada vez que ele começasse a contar qualquer uma.
Eu não poderia amar um homem que não lavasse a louça quando eu cozinhasse a janta
ou tirasse o lixo mesmo antes dele ficar cheio, mas se já tivesse cheiro.
Eu não poderia amar um homem que não tivesse vontade de pensar em pouquinho
aquele pouquinho que faz ele não perguntar e agir por resposta própria.
Eu não poderia amar um homem que não sentisse seu coração disparar algumas vezes na semana
quando me visse ou lembrasse de mim no trabalho ou no trânsito ou no banho sozinho.
Eu não poderia amar um homem que não me tratasse com respeito
acima de qualquer palavra que nunca me vingasse ou chamasse de qualquer palavra que não fosse boa.
Eu não poderia amar um homem que não brilhasse o olho por várias coisas que não são coisas
e por várias outras coisas que sim são coisas, mas que não têm preço.
Eu não poderia amar um homem que não fosse homem humano
daqueles que independente do ano, é sempre jovem de espírito e amadurecido de princípios.
Eu não poderia amar um homem que não soubesse que tudo muda e sempre
e que não soubesse que não sabemos nada sobre nada.
Eu não poderia amar um homem que esquecesse
que eu o amaria sem nenhum compromisso com lista nenhuma.

Ellen Maria

14.3.14

Las vueltas

No me importo con lavar los platos sucios
ni tampoco las cacerolas grasosas
detergente barato y agua
y la vida se recobra.

No me importo con cambiar lámparas quemadas
ni tampoco los resistores de la ducha
escalera vieja y mano fuerte
y la vida se recobra.

No me importo con dormitar en la sala
ni tampoco despertar del mismo modo
pero cebar siempre el mate
y tomar sola, cómo me cansa...

Ellen Maria

obra

"Não pretendi fazer obra de etnógrafo, nem mesmo de folclorista, que isso não sou: pretendi foi assuntar, atocaiar com mais garantias a namorada chegando. Se acaso algumas constâncias me interessaram mais, se alguma nova eu terei fixado, foi sempre por essa precisão que tem o amante verdadeiro, de conhecer a quem ama. Não tanto pra compreender o objeto amado em si mesmo, mas como pra se identificar com ele e milhormente poder servi-lo e gozar". 

Mário de Andrade
Às vezes,
contudo
(e por sorte)
os homens
são o avesso
deles mesmos.


Ellen Maria

12.3.14

Gritos como paisagem

Unidos, vantagem
litros de coragem
ritos de passagem
Ruas, toadas,
Rotas tomadas
camisas suadas
Mito? bobagem.


Ellen Maria

7.3.14

monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito monólito

visita

Darío me da rima
y le doy risa 
a diario.

Ellen Maria

Assim caminha a humanidade

A vergonha não deixa rubra
a pele do negro que vingança não pede
mas ansia vitória
na batalha e não teme.
Vermelho é meu sangue, senhor:
igual ao teu.

Ellen Maria