"Ignora o horizonte.
Troca quentes trópicos por um doce de padaria.
Ontem pegou Ofélia pela mão no caminho para o lago e
soprou-lhe os olhos
Os sapos faziam ruído de máquina
Da consani que levava dedos
O fundo eram offsets
Roto? Flexo?
Por pouco não perdeu...
Separou corpo e mente,
a perfeição no leque repetido por vinte e cinco anos,
enxergava por um átimo o futuro.
Acordou
Anos separando verde e vermelho,
reciclando o lixo:
joio e trigo de plástico e chumbo,
gatos selvagens correndo na grama contaminada.
Toca árvores todos os dias,
olha suas folhas
desaprendeu as medidas da sua polar mor.
Cinco colheres de café e um copo de açúcar?
O esterno parou de doer no terceiro ano,
o solvente não queima mais por dentro,
mas lhe deixaram parafusos.
Abre a janela com o pé assustando as maritacas,
Que não comem cevadinha.
O cachorro late estressado no cubículo azulejado.
Cinco aqui aqui.
Cinco anos lá.
Abraços apertados,
o mar de Itapuã na boca de ferro,
o choro no ombro azul royal,
a canjica no café dos dias frios.
quero-quero."
Cristiane Gomes
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