O sol me queima na praia
perco o filho que nunca tive
me desespero
crendo que ninguém mais nascerá
que nada mais fertilizará
A maré o leva embora
anoitece
ninguém nunca nada
nem se afoga
e a maré o traz de volta
Me entrego a chuva
sangro
e volta o ciclo
A lua me testemunha
ainda que amanhecida
A areia molhada
no dia seguinte
não deixa secar
minha cansada
e ingrata
esperança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário