7.4.20

outra vez

outra vez, despejo
o poema se encharca

hoje eu
soube
a perda da razão
o início de outra

daí pensei
sobre a queda
seus olhos não se despediram
porque se ficasse
seríamos
eu e você
outra vez -
juntos
cuidando dela
- sabemos
sempre soubemos

eu digo
- seu nome
você não se vira
meus olhos abertos pedindo
- o quê
você sabia

que eu não
nunca
deixasse de

estar

não tem
mais
mas deixa
essa música
tocar

um desejo
ou a mão leve
que despeja
sem pedir nada em
troca

um deus encharcado
de lágrimas
me pediu pra fazer
você ir embora

para que eu pudesse
cuidá-la

dessa vez.