7.9.17

Manter

Que difícil que é pedir
um ato de presença.
Um ato que dure depois da representação.
Um homem performa de vestido longo
diante de duas pessoas
que já disseram muito.
Agora se observam marotos,
tímidos e emocionados.
Podia ser teatro da baixa Augusta,
podia ser ficção de escritores personas
(publicada pela Patuá),
mas é real. Um matrimônio
sem parcimônia. Também é político,
mas sem golpe dessa vez.
Em um presente que muda tanto
e tantas vezes,
o que fazer para manter?
A palavra, o silêncio, a presença. Se intacto
pouco permanece,
será a velha receita do liberalismo,
laissez-faire,
que dá jogo?
Eu não sei. Só sei que manter
é mais difícil que vencer
- sozinho morreu o dono
do banco imobiliário -
Cartas de sorte ou revés
aparecem com ainda mais frequência
(cardíaca)
Mas desejo que mantenham
a chama acesa, a surpresa
o amor com respeito
o convênio médico
o fair play e a ternura.


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