O chão de terra marca passos que não são meus.
Não sei quem mais anda por este caminho todos os dias antes de mim.
São linhas de botas secas e largas digitais
haverá quem pisa forte para lembrar o caminho de volta?
Trato de deixá-lo intacto
e avanço ao lado com coração e pés de bailarina
acompanhando a marcha com uma contra dança.
Achará o dono destes traços
que faço eu o verso e estas curvas?
Saberá quem sou?
Se não fosse a falta de chuva
indícios do real se perderiam como memória alagada
Se não fosse a falta de chuva
que lindo e borroso dia hoje seria
mas o chão de terra grita
não estou sozinha
nem ele está.
Ellen Maria
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